Primeiramente registro que este texto não é a favor nem contra a construção da Usina de Belo Monte. Há argumentos favoráveis e contrários que precisavam ser estudados mais aprofundadamente. Texto decorado e interpretado pelos artistas da Globo em um vídeo publicitário no horário nobre plagiando outro norte-americano, perdoem-me, mas não é ponto a favor. Senso crítico não é produto de grife.
O que acredito é numa hipocrisia ambiental. De todos nós. Queremos ter o carro no ano, o maior apartamento da região, Tvs de LCD (no plural), computadores (no plural), celulares (no plural), roupas de grife, cinemas, restaurantes... Todo o prazer e conforto que o dinheiro pode comprar. Queremos que o Brasil se torne potência mundial, deixe de ser o país do futuro e se torne o país do presente.
Como queremos isso? Quanto custa isso? Pouco importa. Mas se faltar um desses itens, é culpa da presidenta.
Não dá para querermos viver na nossa sala no século 22 e admirar intacto o nosso quintal preservado. É uma hipocrisia.
O que são R$ 24 bilhões? O PIB nacional de 2010 foi de R$ 3,675 trilhões.
O tamanho da amazônia, o bioma, é de 4.196.943 km2, tamanho da hidrelétrica: 640 km2. É 0,01%. O Pará tem 1.247.689,515 km2.
O Projac, centro de produção da Rede Globo, tem área total de 400 mil metros quadrados de área construída e utilizada, mas a área total tem cerca de 1,6 milhões de m2. Fonte.
Energia solar e energia eólica também trazem impactos ambientais. Necessitam de desmatamento, de baterias, que trazem compostos como chumbo e ácido sulfúrico, trazem impacto à fauna local.
Outra coisa que fiquei espantado, posivitamente, foi o desenvolvimento social que o Porto de Suape trouxe a Pernambuco, conversando com a população local mesmo. Mais empregos, melhoras das condições de vida. O Nordeste se desenvolve a “ritmo chinês”. Qual será o impacto positivo que uma construção dessa levaria ao local?
A energia assegurada pela usina terá a capacidade de abastecimento de uma região de 26 milhões de habitantes, com perfil de consumo elevado como a Região Metropolitana de São Paulo.
O que se vê é que os números mais importantes não são os que espantaram a Maitê Proença. Estudar o impacto ambiental e formar uma opinião própria não é fácil.
A Wikipedia traz um bom resumo do caso. Veja lá.
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