sábado, 29 de dezembro de 2012

2012 em Paraibuna, sobre a entrevista do Barros



O jornal O Paraibunense realizou neste fim de ano uma ótima entrevista com o Prefeito reeleito Barros. O bate-papo contou com questionamentos atuais, que estão repercutindo nas ruas e redes sociais, e teve respostas abertas e francas do Prefeito. Porém, merecendo algumas considerações. Assim, a entrevista do jornal é uma ótima oportunidade para fazermos uma retrospectiva do blog Solilóquio Insipiente.


O ano em que saímos de férias

O blog começou o ano “entrando de férias” no post Os postes no meio da rua da Democracia de Paraibuna. A ideia era evitar os debates mais acalorados do período eleitoral, os quais poderiam até por em xeque a credibilidade deste espaço.

No mesmo dia da eleição, voltei com tudo em Quem ganha com as eleições-2012 em Paraibuna, divulgando o resultado do pleito e registrando esperanças. Os eleitos e não eleitos ainda foram tema dos posts Os novos vereadores de Paraibuna e O meu candidato para Paraibuna. Neste último, discorro sobre o que fazer da vida aqueles candidatos que não “levaram” a Câmara.

Enquanto isso, já estão falando da sucessão do Barros. Isso foi assunto em O Paraibunense e já foi na rede social e aqui no blog em Professora Helô não pode ser candidata a prefeita de Paraibuna. Podemos ver que o Barros compartilha da mesma opinião do blog.


Rumo incerto

Falta de grana no período pós-eleitoral também gerou muita discussão por aqui nas séries de posts Paraibuna no vermelho-terracota. Foi derrubado o mito criado pela prefeitura de que a falta de dinheiro se devia exclusivamente pela diminuição de repasse do Fundo de Participação dos Municípios. Dê uma olhada lá, era o argumento da prefeitura no Jornal O Vale. Agora, em O Paraibunense, trouxeram uma nova justificativa: o fim das obras da Gastau. Claro que o governo não pode ter poupança, mas pode e deve ter planejamento. O que nos falta. Se sabiam que a Gastau ia embora e que a fonte secaria, dava para termos nos programado para um fim de ano menos vexaminoso. Afinal, é isso o que fazemos na nossa casa: planejamento.

E, mais uma prova da força das redes sociais, foi só terem voltado atrás no corte das gratificações após a divulgação de um artigo jurídico dizendo que isso era ilegal. Passado o período pós-eleitoral, entrando o novo ano, o Prefeito já afirma que haverá cortes.

Não dá para as finanças do município dependerem das megaobras federais e estaduais, como o gasoduto e duplicação da Tamoios. Isso evidencia a falta de planejamento que já tratamos em Paraibuna sem projeto.

Outro exemplo dessa política sem rumo certo é o prédio que está sendo feito em frente ao Cerqueira César. Ou o prefeito se expressou mal ao jornal O Paraibunense ou estão investindo o dinheiro numa obra que não sabem ainda pra que serve: “em breve estaremos definindo a melhor utilidade”. Pode isso?

Por outro lado, é muito animador vislumbrar a possibilidade de Paraibuna, enfim, ter o tratamento de esgoto, como afirmado em consequência às exigências da criação da Região Metropolitana.


Nosso povo tem valor?

Um mérito da administração é o debate público realizado na Fundação Cultural sobre o carnaval 2013. Lá é o local mais democrático para isso. Sabemos que isso é circunstancial em razão da falta de dinheiro para um carnaval megalomaníaco, mas é a oportunidade do cidadão participar da organização. Em Um carnaval Paraibunense trouxemos algumas considerações, inclusive entrevistando o músico paraibunense Eduardo Rennó.

A ideia é que o debate sobre a identidade municipal se estenda por 2013, visto que isso pode trazer reflexos benéficos não só culturais, sociais, como econômicos, de modo que fiquemos menos dependentes das obras da Gastau e outras do gênero. A necessidade dessa reflexão para o povo paraibunense foi abordada em Falta rumo ao carnaval paraibunense. Inclusive tratamos dos desafios a serem enfrentados pela nova diretoria de turismo, esporte e lazer, que não pode ficar inerte a esse debate.

Já a falta de respeito demonstrado com o presépio foi lamentável. Uma tradição de três décadas foi abandonada por picuinhas internas da Prefeitura. A administração já afirmou pra mim que não ofereceram o presépio ao Carlinhos porque ele estava doente. Agora, na entrevista, teria sido pela falta de dinheiro. Não há um discurso uniforme. E, infelizmente, numa triste coincidência, perdemos o nosso presepista às vésperas do Natal. A gente se despediu dele em Carlinhos, um paraibunense que tem valor. Mais homenagens estão sendo preparadas aqui. No domingo 30, por sinal, será realizada a missa de sétimo dia do artesão.


A doença do Prefeito

Na entrevista, o Barros ainda aborda de forma corajosa a doença pela qual está passando: depressão. Aqui registramos o nosso respeito por essa fase pela qual passa em sua vida, nos pondo a disposição para ajudar no que for possível. A depressão é uma doença muito difícil de ser suportada, podendo ter diversas causas. Ela sofre grande preconceito da sociedade, o que torna mais difícil ao paciente suportá-la. Por isso, separamos sempre aqui o homem público da vida pessoal e registramos sincero desejo de melhora.


Transparência para paciência

Encerrando a conversa com o jornal, o prefeito pede que tenhamos paciência com ele. É tudo o que queremos, ser pacientes, mas, para isso, a administração precisa ser transparente. Defendemos isso incansavelmente aqui em texto como o Enquanto isso, em Parahybunda.... Também já explicamos como fazer isso em Lei de acesso à informação vale para Paraibuna. Essa lei, assim como a de responsabilidade fiscal na parte, em especial, sobre a transparência em audiências públicas, ainda são utopias nesta cidade.

Com o cumprimento dessas leis, com mais transparência, com mais entrevistas como a dada ao jornal O Paraibunense, o cidadão poderá se informar e se sentir integrado à administração pública como um parceiro, compartilhando dúvidas e decisões. E como dar mais entrevistas como essas? Simples. Reiteramos a ideia de um blog do prefeito, mantido pela assessoria de comunicação, com atualização periódica (no mínimo semanal), permitindo a qualquer um enviar e ter suas perguntas respondidas facilmente na área de comentários. Se até a Presidenta da República consegue criar esses espaços, por que aqui não?


Um ano acabou, outro está no forno

Assim, 2012 chega ao fim e o mundo não acabou de novo. Em 2013 espero ser mais lido, mais debatido e mais criticado. Não quero aqui ser o dono da verdade, mas contribuir com um debate público onde quem vence é a cidade. Para isso, conto com os colegas dos demais blogs, as iniciativas de fanpage no Facebook e a participação dos demais concidadãos.

Para todos, e para Paraibuna, um feliz e próspero 2013.
Que possamos aprender mais juntos e evoluir cada vez mais.

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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Entrevista com o prefeito reeleito Antônio Marcos de Barros


Por Sandro Possidonio

Finalizando seu primeiro mandando e as vésperas de começar o segundo, o Prefeito reeleito Antônio Marcos de Barros – DEM recebeu o Jornal O Paraibunense em sua residência e falou sobre vários assuntos que vêm causando polêmicas nas rodas de bate-papo e nas redes sociais. Barros esclarece questões políticas, como a campanha de 2016, fala sobre os bons momentos e principalmente sobre a crise financeira que o município enfrenta, após ter passado por um longo período de fartura.

Prefeito Barros recebe o Jornal O Paraibunense em sua casa.
Demonstrando um pouco de agitação e ao mesmo tempo cansado com as constantes atribulações decorrentes do cargo que ocupa, Barros abre o coração e assume passar por um período ruim de sua vida, mas demonstra coragem e determinação para superar.

Gozando de alguns dias de férias, até o final do mês, o Prefeito reeleito, ainda atendendo a várias ligações de amigos e familiares preocupados com suas condições de saúde, nos concedeu esta entrevista, de forma tranquila e descontraída, na qual apresentou um perfil do trabalho realizado nos últimos quatro anos e a sua motivação para continuar trazendo benfeitorias para o município.

Entre todos os assuntos, Barros agradece o apoio do povo paraibunense, nas eleições desse ano, anuncia mudanças no primeiro escalão, explica as condições das obras inacabadas e a previsão para concluí-las, responde sobre a possível troca administrativa do setor de água e esgoto, lamenta a falta de recursos para as festividades de final de ano e ainda menciona as possíveis mudanças para o Carnaval de 2013.


LEIA A ENTREVISTA

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Carlinhos, um paraibunense que tem valor

O presépio do Carlinhos em 2011, e seu sincretismo
Neste dia 24 de dezembro, a cidade se despede de um paraibunense de valor. Carlinhos do Presépio é um dos importantes artistas do Estado de São Paulo. Seu trabalho recebeu o título de patrimônio imaterial do Estado de São Paulo pela Comissão Estadual do Folclore.

Há décadas, seu trabalho marcou os natais da cidade, sendo visitado por turistas de toda a região. Diversas vezes levou seu trabalho para fora de Paraibuna, onde era muito prestigiado.

Muitos sentirão falta da pessoa do Carlinhos, mas somente nossa mediocridade poderá apagar a memória do artista. Sua arte é maior que sua pessoa e eventuais rusgas que tenham surgidas. Enquanto ainda estamos discutindo a identidade da cidade, Carlinhos já a tinha encontrado faz tempo em seus presépios e artesanato.

Carlinhos trabalhando.
Seria hoje um Natal triste, o primeiro em muitos anos sem o presépio desse artesão no centro da cidade (leia mais aqui). Mas ele não ficou pra ver isso. Correm diversas versões do porquê a Prefeitura não teria montado (falta de dinheiro, o sincretismo em Natal passado, o tratamento de saúde), porém, ele não escondia o seu desejo de mais uma vez ter realizado seu trabalho, nem escondeu a mágoa por não tê-lo feito.

Poucos paraibunenses foram se despedir. Uma ou outra autoridade esteve presente. Ele não tinha dinheiro, não tinha influência política. Era um artista popular. Seu valor está no que ele era, no que ele representou, não no que possuiu.

Importa agora que o Carlinhos está em paz. Mas, talvez, com muito trabalho, chamado às vésperas para montar seu presépio direto na casa Daquele que tanto o inspirou.

E, aproveitando: Um feliz Natal aos amigos, leitores e críticos deste blog!




Atualizado em: 07h41min - 23/12/2008
Cidade-presépio inspira morador de Paraibuna para restaurar imagens típicas de Natal
Credito: Rede VanguardaParaibuna é conhecida na região como cidade-presépio, por isso um morador se inspirou no ambiente rural da cidade e na própria infância para construir os tradicionais cenários que remetem ao nascimento de Jesus.

Na casa, a impressão que se tem é de se tratar de um morador de fé, mas as imagens representam muito mais que isso. Elas simbolizam trabalho: a arte de recuperar figuras de gesso, argila e madeira. Um dom que o restaurador Carlos de Souza Batista descobriu bem cedo, quando viu que não podia ter brinquedos.

Credito: Rede Vanguarda“Meu pai tinha uma olaria, então a gente pegava argila, pegava barro e fazia os bichinhos, fazia cavalinho, cachorro e ia fazendo de tudo”, lembra o restaurador.

As ‘preciosidades’, como seu Carlinhos chama as peças com quase 200 anos e feitas de argila ou madeira são as que dão mais trabalho. Muitas vezes é preciso mais de um ano para se chegar ao resultado esperado.

Remontar peças antigas sejam elas pequenas ou grandes exige pesquisas de estilos artísticos de cada época. Os estudos para identificar os relevos e as cores corretas são fundamentais para este trabalho tão preciso e delicado.

Credito: rede Vanguarda“A imagem do Santo Antônio, da torre da nossa igreja, e u demorei 32 meses para restaurar”, revela Carlinhos.

A perfeição das obras fez de seu Carlinhos um artista disputado. As restaurações dele já foram para os Estados Unidos, Europa e Japão.

O grande talento é discreto e até hoje se inspira nas ruas de Paraibuna, afinal, a cidade é a ‘cidade-presépio’.





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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Site permite fazer pedido anônimo de informação pública


Blog do Estadão

Membros da Transparência Hacker (THacker) criaram um método para resolver um problema enfrentado por muita gente: a identificação do autor do pedido de informação.
A Lei de Acesso, em seu artigo 10., obriga a “identificação do requerente”, e há diversas situações de gente que não pode se identificar por algum motivo. São comuns, por exemplo, casos de servidores que sabem de alguma irregularidade em um órgão público e precisam de informações oficiais para comprová-las, mas não podem se expor por medo de represálias de seus superiores.
Em cidades menores, sobretudo, há o temor do coronelismo e de perseguições políticas, vícios dos quais infelizmente ainda não conseguimos nos livrar.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Paraibuna melhora seu índice de desenvolvimento municipal

Do portal da Prefeitura de Paraibuna

O IFDM – Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal – é um estudo anual do Sistema FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) que acompanha o desenvolvimento dos mais de cinco mil municípios brasileiros em três áreas: Emprego e Renda, Educação e Saúde. Ele é feito, exclusivamente, com base em estatísticas públicas oficiais, disponibilizadas pelos ministérios do Trabalho, Educação e Saúde.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Um carnaval paraibunense




Fizeram um carnaval no Facebook em cima do debate do Carnaval 2013. Foram cinco dias de folia na rede. Passada a ressaca, ninguém mais toca no assunto lá.

Porém o debate continua, envolvendo Prefeitura, Fundação Cultural, blocos e cidadãos. Não custa lembrar que a Fundação Cultural é apenas a estrutura onde está se discutindo o carnaval, quem está construindo a festa são os cidadãos que participam do debate, e os que não participam também.


Os foliões eleitos

A postura da Prefeitura de Paraibuna merece elogios. Há anos que ela vem tentando transformá-lo numa festa popular. Não só para o paraibunense, mas feita pelo paraibunense.

Neste primeiro mandato do Barros, todos os anos se tentou reunir os blocos entorno da Diretoria de Turismo, Esporte e Lazer. Porém, a estratégia não funcionou, pois nunca se conseguiu fazer algo duradouro. Tudo se dava às vésperas da folia para acabar na quarta-feira de cinzas. O debate sobre a identidade do nosso carnaval não prosseguia.

Talvez isso, essa incapacidade dos blocos se organizarem de forma permanente, fizesse a Prefeitura confiar parte considerável da verba numa banda de fora com um repertório ultrapassado, mas de fácil assimilação. Claro que também é mais cômodo para o administrador, o diretor da pasta, por exemplo, pagar e montar algo sem precisar gastar tutano.

Por outro lado, a desmobilização dos blocos pode ser reflexo de duas coisas. Primeiro, não se sentiam acolhidos na diretoria, pois logo após a festa, os administradores não se empenhavam em reunir os blocos para prosseguir as conversas. Mas, também, como principal motivo, a desvalorização financeira. É uma merreca o que se vem pagando para os blocos. Isso não remunera o tempo do artista, não cobre eventual reparo ou reposição de instrumento, muito menos permite um investimento em melhor formação.


Blocos em movimento

O carnaval 2013 será diferente. Com menos dinheiro e Diretoria de Turismo à deriva, a Prefeitura teve de recorrer à Fundação. Lá, o debate vem ganhando mais adeptos, além dos músicos dos blocos, já que a Fundação tem portas abertas a qualquer um.

A preocupação no momento é de garantir a festa, sem excluir nenhum bloco, e sem chocar a população com uma nova ideia revolucionária. A partir de março, aí, sim, um novo Carnaval vai ser pensado. E a discussão tem potencial de transformar toda a cidade.

Importante, porém, destacarmos o que o Break, representante do Bloco Pé no Brejo, evidenciou. Para ele, a identidade do carnaval paraibunense não está sendo construída agora. Isso começou algum tempo atrás, quando os primeiros blocos saíram às ruas. Desde então, mudou-se a cara do carnaval paraibunense, trazendo as pessoas para a rua. Estamos dando apenas mais um passo neste processo.

E o momento para a transformação é agora. A Prefeitura apoia o movimento (e precisa dele no momento), deixando o debate livre para a população. Há possibilidade de maiores cachês para as bandas, de modo que se sintam valorizadas, motivando os artistas. E a Fundação Cultural pode usar da comissão de música e da sua estrutura para oficinas e debates sobre o carnaval durante o ano.

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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Carnaval: os ventos da mudança em Paraibuna

Do blog Cama de Prego, do Luciano Alvarenga


Se o segundo governo Barros ficou velho antes mesmo de começar, outras coisas são novíssimas.

O intenso debate na Fundação Cultural em torno do formato e do que se pretende com o carnaval da cidade em 2013 é exemplo de uma mudança de mentalidade que aos poucos vai se impondo como nova realidade nesta Paraibuna de todos os Santos.



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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

2016 já chegou em Paraibuna

Do blog Cama de Prego, do Luciano Alvarenga


 Barros se reelegeu com a facilidade que se imaginava desde dois anos antes da eleição. Mas tão logo a eleição passou o que se viu foi um desabar de morros sobre sua cabeça. A desconfiança plantada na cabeça de metade do governo e do eleitorado em relação à candidatura da Helô para prefeita em 2016 tirou todo o clímax da vitória. Aliado a isso o desarranjo das contas da prefeitura e a ameaça, ainda não dissipada, de que o natal de muita gente na cidade será mais magro. Se as contas não estão como deveria uma das razões é o enorme gasto com obras, ilusórias ou não, durante a campanha. Isso aponta o medo que o Barros tinha de perder a eleição. Estranho.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Para Eduardo Rennó, o carnaval de Paraibuna tem que achar sua identidade

Eduardo Rennó apresenta-se em Paraibuna em 2010

Eduardo Rennó é um músico profissional paraibunense reconhecido no Vale do Paraíba e outros cantos do país. Ele, que fundou o Grupo Rio Acima, vive da música, apresentando-se e produzindo bandas da região.

Dia desses estávamos conversando sobre o debate na cidade em relação ao carnaval - Leia mais  em Falta rumo ao carnaval paraibunense. Ele acha importantíssimo que a cidade comece a debater o seu carnaval e sua identidade. Nas palavras dele, não devemos copiar São Luís do Paraitinga, mas aprender com a experiência de organização da cidade das marchinhas, convidando gente de lá, como o Benito Juca Telles, para uma palestra.

Então, resolvemos efetivar a entrevista que você lê abaixo.

Solilóquio Insipiente: Eduardo, o que você acha do atual carnaval de Paraibuna?
Eduardo Rennó: Assim como o carnaval de quase todo o país, o nosso carnaval sofre influência da mídia e da indústria de entretenimento. Antigamente era o carnaval carioca, as pessoas montavam escolas de samba e frequentavam o baile de carnaval com blocos de salão ao som marchinhas de salão, samba e frevo. Hoje é o axé da Bahia, que em muitos casos, também por ser um carnaval de massa, absorve vários gêneros musicais da moda (sertanejo, por exemplo, funk etc., devido, cada vez mais, à perda de qualidade da produção cultural do país e menor senso crítico da população), mas como eles tem o Axé como produto principal, eles (a indústria e os artistas que fazem parte dela) os tem como carro chefe. Mas, nos últimos anos, o carnaval de Paraibuna vem se desenvolvendo e buscando novos caminhos com a criação de um número cada vez maior de blocos de rua, e aumentando a participação das pessoas e o período do dia, pois anteriormente era só o período do baile noturno e das matinês. Conclusão ele melhorou muito.

SI: Você acha que São Luís do Paraitinga é referência para Paraibuna?
ER: O Carnaval de São Luiz do Paraitinga é exemplo em organização e autenticidade não só para Paraibuna, mas para o país e para o mundo, pois está fazendo 30 anos que eles identificaram e formataram um carnaval de blocos com músicas próprias. No início, com marchinhas carnavalescas por influência do Rio de Janeiro, mas depois de algum tempo transformaram numa música autêntica, com elementos de mistura de banda de coreto e folclore da região. Como eu trabalho e conheço a cidade, os músicos e compositores, digo com convicção São Luiz do Paraitinga não chegou aonde chegou por acaso, eles sabem e fazem um trabalho com extrema qualidade.

SI: Mas de que forma eles podem ser referência para nós?
ER: Sabendo da experiência de São Luiz do Paraitinga, que se transformou num dos maiores do país, neste ano de 2012 eu toquei lá com a Banda "Quar de Mata”, da qual fui o produtor do CD "Deu na Creca", podemos pensar em encontrar também a nossa forma de fazer carnaval, mas pra que ele dê certo será preciso ter alguns elementos da experiência de lá. Tipo de música própria, formato de bloco próprio, temas etc.. Neste ano de 2012, eles fecharam com 180.000 visitantes durante os 5 dias, o cidadão que alugou sua casa ganhou no mínimo R$ 12.000,00, cada comerciante no mínimo uns R$ 15.000,00 ao dia, perto de R$ 60.000,00 no período. O carnaval que se assemelha ao de São Luiz, mas não chega nem perto, é o de Ouro Preto que também tem muitos visitantes, mas sem identidade... tocam axé music e sertanejo e funk certamente. Em São Luiz do Paraitinga desses 30 anos, uns 20 anos pelo menos a cidade toda abraçou a causa, existem umas 10 Bandas de marchinha de altíssima qualidade, com CD gravado e produção impecável (figurino etc.), cada uma com uns 12 músicos e uns 30 blocos gigantescos. O Juca Telles arrasta 10.000 pessoas no sábado ao meio dia, o do Barbosa é mais ou menos isso também.

SI: Poderíamos dizer que o carnaval tem várias facetas? Uma cultural, mais para o cidadão paraibunense, outra turística, para o consumidor externo?
ER: Olha... carnaval bom só tem "uma" faceta, onde todos ganham, a cidade ganha dinheiro, e o povo se diverte junto. Sendo um carnaval autêntico, os visitantes trarão recursos pra cidade, mas temos que atrair pessoas de bom nível econômico, social e cultural, visando à família, pois senão é só sujeira, drogas, poluição sonora, brigas e prejuízo pra cidade.

SI: Pra você, qual a identidade de Paraibuna? Somos um chão caipira?
ER: Creio que ainda não encontramos a nossa verdadeira identidade, a cidade tem a cultura caipira como formação, mas com a construção da represa, êxodo rural e as milhares de pessoas de todo Brasil que vieram trabalhar na obra acabaram interferindo na nossa identidade. Acho que estamos um pouco perdidos ainda, beira de asfalto, muito próximo a São José dos Campos, que também sofre esse estigma. Penso que ainda estamos por identificar.

SI: Como combinar o lazer (axé, sertanejo e outros gêneros que tradicionalmente não são nossos) com uma festa que espelhe a identidade paraibunense?
ER: Como conciliar seria... Mas esse processo é o mais complicado e o que deveríamos começar a fazer, incentivando os músicos, trabalhando com a sua formação, incentivando-o ao estudo, buscando a nossa identidade, "criando" músicas, formando os blocos, onde todos participem.

SI: Como os artistas paraibunenses podem contribuir para o carnaval?
ER: Como eu disse, o artista paraibunense tem papel fundamental para esse desenvolvimento, pois serão eles que darão alma ao carnaval, criarão e, incentivados, irão fazer com amor e garra.

SI: Como a sociedade paraibunense pode contribuir para esse debate?
ER: A sociedade tem de entrar no debate e o resultado será o espelho dela. Se for incentivado o bom, a criatividade, ela vai colher frutos, se não debater e se responsabilizar, vamos continuar a ver o exemplo do carnaval e da piaboia do ano passado, quando se atraem pessoas do mais baixo nível e a própria sociedade é quem paga a conta.

SI: Qual o papel do Poder Público? Como incentivar a arte local?
ER: O carnaval é uma manifestação popular do calendário religioso, com o passar do tempo, as autoridades tomaram atitudes para normatizá-lo. Se o bom carnaval deve acontecer então o poder público deve colaborar na organização e incentivar os músicos e artistas, para que todos ganhem, mas carnaval deve ser feito pelo povo, montando blocos saindo o dia todo... O poder público no máximo deve ajudar a ordenar, junto com a própria população, na elaboração dos horários, mas o melhor carnaval é quando não tem interferência do poder público, o povo faz os blocos e saem espontaneamente na hora que der vontade... confecciona fantasia, faz a sua crítica social ou política sem rabo preso... assim é a cultura popular. 

SI: Você vai pular o carnaval em Paraibuna em 2013?
ER: Não sei dizer se irei estar na cidade, pois parte da semana passo em São José dos Campos e parte no bairro da grama. Como sou músico, geralmente eu toco. Também tenho uma produtora artística, e produzo CDs, além de dirigir o Grupo Piraquara, da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, onde também temos o Pirô-Piraquara, bloco que abre o Carnaval de São José dos Campos. Mas se eu puder contribuir irei sim, certamente vou comer uma pamonha durante o período.

Um abraço a todos e parabéns pelo debate para um bom carnaval e com nível.

E que toda a cidade cresça socialmente e economicamente.

Fiquem com Deus.

Visite o especial Rio Acima no portal da TV Chão Caipira

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sábado, 8 de dezembro de 2012

Falta rumo para o carnaval paraibunense

vidabesta.com

Nesta semana, o debate sobre o carnaval 2013 esquentou as redes sociais. Todo mundo tem uma opinião sobre o assunto. É importante que essa discussão amadureça. Precisamos construir juntos a Paraibuna que queremos.

Primeiramente, que fique claro que o carnaval este ano esta sendo discutido na Fundação Cultural por dois motivos. Primeiro, a Prefeitura não tem dinheiro para fazer o que fez nos últimos: torrar grana numa banda de fora, enquanto nossos artistas ficam com as migalhas. E, segundo, a Diretoria de Turismo, Esporte e Lazer está sem chefia. O novo diretor, que chega agora, não tem tempo e conhecimento, ainda, para organizar alguma coisa. Dessa forma, confiando na qualidade dos eventos produzidos pela instituição cultural, todos contando com participação social, a administração foi bater à porta do Seu Siqueira.


Paraibuna rumo incerto

Bem, o debate sobre o carnaval tem de avaliar vários aspectos como cultura, lazer, economia e turismo. Não dá para pensar a festa isoladamente. O rumo que queremos dar à cidade, e ao carnaval, tem de ser únicos.

No aspecto cultural, temos mantidos os avanços, com importantes conquistas nesta administração. Há anos Paraibuna vem formando artistas, entre eles músicos de diversos gêneros. E é justo que todos pleiteiem o seu espaço. Temos festivais de rock, temos rodas de viola, sertanejo nas festas religiosas, apresentações de música regional.

Porém, no aspecto do lazer, a cidade vem a cada ano perdendo mais. Uma economia municipal e turismo inexistem.


O desenvolvimento social paraibunense

Foram publicados nesta semana dois indicadores de desenvolvimento social dos municípios. Um da Firjan – (Federação da Indústria do Rio de Janeiro) e outro da FGV (Fundação Getúlio Vargas) importantes para este momento.

Para o Índice de Desenvolvimento Social do Sistema Firjan/2012, Paraibuna possui desenvolvimento moderado. “Para compor esse índice foram considerados renda/emprego, educação e saúde a partir de dados de 2010. Os critérios estabelecem quatro categorias: baixo desenvolvimento (de 0 a 0,4), regular (0,4001 a 0,6), moderado (de 0,6001 a 0,8) e alto (0,8001 a 1)”.

Assim, analisando esses indicadores isoladamente, temos renda /emprego quase de baixo desenvolvimento; a saúde é classificada em desenvolvimento moderado e, quanto à educação, temos alto desenvolvimento.


Acompanhando os últimos cinco anos de dados da Firjan, podemos ver que, enquanto Paraibuna avança em educação e saúde, ela retrocede em renda/emprego. Assim, a cidade vem caindo conforme os anos no ranking de desenvolvimento social. Os dados referentes a 2009 estão bem fora da curva, por isso não os estou considerando no momento.

Quanto ao Índice de Desenvolvimento Social da FGV, este é o primeiro ano. Tive acesso apenas ao ranking, não encontrei mais dados para analisá-lo. Nele, Paraibuna ocupa a 1.581ª posição, com 5,26 pontos. De 39 municípios no Vale do Paraíba, estamos na posição 23, atrás de cidades como São Luís do Paraitinga, Santa Branca e Jambeiro.


Paraibuna não dá trabalho

Logo, é urgente Paraibuna pensar em formas de movimentar sua economia, de modo que os cidadãos não precisem sair daqui na busca de melhor qualidade de vida. E vejo duas formas de se fazer isso: criar os empregos aqui ou trazê-los de fora.

Para trazê-los, temos sempre a promessa da industrialização. Mas, aí, é preciso se preocupar com a formação do cidadão. De nada adianta trazer boas empresas para cá que darão emprego para joseenses ou jacareíenses com melhor preparo técnico. Assim, os resultados de um projeto como esse podem demorar um pouco.

Uma forma de se criar oportunidade a partir do que a cidade tem para oferecer, é por meio da exploração do potencial turístico: cultural, ecológico e de lazer. O foco aqui é apenas o carnaval.


O que vai tocar no carnaval?

Aí voltamos para o Carnaval. Uma festa inteligente, bem pensada, pode tanto dar oportunidade aos artistas daqui, valorizando a cultura do município, como trazer renda. Claro que não serão os cinco dias que vão salvar o ano. Por isso, o Carnaval tem de ser pensado de forma integrada a uma identidade da cidade. O que Paraibuna é?

A valorização de uma cultura local, de nossas raízes, aumenta o vínculo do munícipe com o seu local. E essa identificação aumenta a participação politizada. A tendência é que o indivíduo que se reconhece na sociedade, que descobre o vínculo que o liga aos demais, preocupe-se mais com os rumos da cidade. Isso nos falta.


Paraibuna viaja

No aspecto econômico, podemos ter mais dinheiro, pagando bem o artista, movimentando o comércio local, motivando os empresários a investir na cidade.

Oras, ninguém se lembra do carnaval da Bahia por causa do rock ou de São Luís do Paraitinga por causa do sertanejo, nem a peãozada vai pra Barretos esperando funk. O problema não é nenhum gênero musical, o problema é falta de foco e de valorização do artista local. Devemos explorar a produção original local. Quem viaja para ouvir os melhores covers?

Falta, portanto, Paraibuna pensar seriamente no aspecto turístico. A cultura está sendo muito bem cuidada e desenvolvida pela participação social na Fundação Cultural. O reconhecimento é inegável. Mas não é sério a cidade ter uma diretoria que reúne esporte, turismo e lazer. Conjuntamente, nenhum desses recebe o devido valor que tem individualmente.

Para se pensar na melhora da renda/emprego do paraibunenses, para se criar uma economia turística, é essencial que o prefeito de um passo firme e decisivo neste sentido, desmembrando as diretorias de turismo, esporte e lazer, e colocando pessoas competentes para administrá-las.

O carnaval de São Luís do Paraitinga, o qual não devemos copiar, mas nos inspirar, acresceu ao orçamento daquele município neste ano R$ 15 milhões de reais. Em cinco dias, arrecadou-se um terço do orçamento anual de Paraibuna (R$ 47 mi).

E para esse carnaval funcionar, como outros eventos, há necessidade de se melhorar a estrutura, e isso nada tem a ver com a identidade cultural. As noites de carnaval no pátio da rodoviária vêm sendo marcadas por consumo de bebida entre jovens, tráfico e uso de drogas, atos de vandalismo e violência grave. A cidade não se prepara com estrutura de segurança e sanitária adequada para um evento desse tipo. Além do lazer (direito constitucional de todo o cidadão), elas não agregam mais nada financeiramente ou culturalmente. E já vimos o que a desorganização causou na Piaboia...


Participe do debate

O debate deve continuar. É importante que todos saibam que o resultado final não será a vitória ou derrota de qualquer das opiniões envolvidas, mas a construção coletiva, democrática, de uma nova visão da cidade. Às vezes, por imaturidade, acabamos por ofender ou tentar impor uma visão bem particular. Isso não funciona mais.

O debate sobre os rumos do carnaval está sendo tratado na Fundação Cultural, com a participação do Poder Público e da sociedade. Todos os que acreditam poder contribuir devem procurar participar agora. Depois, não adianta ser um revoltado de Facebook.


Leia também
Quem precisa de cultura em Paraibuna? - entenda a como funciona a Fundação Cultural
Paraibuna é a pior cidade do Vale


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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

RM tem 4 cidades entre as 100 mais desenvolvidas do Brasil


Pesquisa realizada pelo sistema Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) revela que quatro municípios da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte --Taubaté, Guaratinguetá, São José dos Campos e Jacareí-- estão entre as 100 cidades do país com maior Índice de Desenvolvimento Municipal.
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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Sem dinheiro, Prefeitura de Paraibuna pode despejar menino Jesus


Pra onde vai o menino Jesus?
O tradicional presépio de Paraibuna há décadas encanta paraibunenses e turistas, que conhecem a sua fama no Vale. Porém, dizem por aí, que neste ano não poderemos apreciá-lo.

Faz 36 anos que o menino Jesus costuma passar as festas do seu nascimento em Paraibuna. O presépio foi montado pela primeira vez em 1977, na Praça da Matriz, pela dona Maria Diva Fontes Rico, com figuras compradas em Aparecida. No ano seguinte, ganhou sua primeira produção típica no Largo do Mercado, com as Pastorinhas anunciando o nascimento do menino. E, em 1979, voltou para a Praça da Matriz.

O artesão Carlinhos entra na história em 1985, trazendo sua arte ao decorar o presépio e, aos poucos, colocando suas figuras. O artista faz imagens de barro desde seus seis anos, quando ainda morava no Bairro do Itapeva, na década de 50. O seu dom é responsável por um dos presépios mais famosos do Vale do Paraíba.

Neste ano correm os boatos que não teremos o presépio na cidade. O tal fantasma da contenção de gastos faria mais uma vítima. Você já leu sobre isso aqui, não?

Está certo que já entramos dezembro e nem sinal dessa obra de arte. Mas quero acreditar que isso não é verdade.

(ATUALIZADO) Dizem que teremos um presépio, mas sem as figuras do Carlinhos. Algo pronto, vindo de fora: O que significaria, se fosse verdade, a mesma coisa que nada (ATUALIZADO)

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