quinta-feira, 16 de abril de 2009

Douglas desce as corredeiras

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Douglas, Regiane, eu, Letícia, Bárbara, Gambazinho e Larissa antes da aventura


-Rema! Rema!

Era tarde demais, não conseguiríamos desviar a tempo. O pior estava para acontecer.

O Douglas Martelo e eu descíamos o Rio Paraibuna em São Luiz do Paraitinga em um “duck”, caiaque inflável, para duas pessoas. Passávamos o carnaval na cidade da marchinha. Também estavam lá nossas namoradas, Regiane e Letícia, minha irmã, Larissa, e o namorado dela, o Gambazinho, e minha prima Bárbara e o seu marido, Dogrão.

No domingo de sol, topamos a aventura. A convite do Gambazinho. Ele organizou tudo e emprestou o equipamento.

Alguém teve a infeliz idéia de incumbir a função de leme ao Douglas, cuidando da direção, e a de motor a mim, responsabilizando-me pela força física. Já dá para imaginar o circo que foi. O Martelo tem dificuldade para entender que a direita fica à direita e a esquerda à esquerda. Bem, e eu me matriculei na academia do Coquinho só tem três meses.

Naquele exato momento, o nosso “duck” rumava em direção a umas linhas de pesca na beira do rio. Eram três varas de pescar. Não teve jeito, ficamos enroscados nelas. Os dois enrolados nas linhas. O pescador, da margem, atribuía às nossas mães a famosa profissão milenar. O mesmo ofício daquelas que também parem juízes de futebol.

- Setenta graus a estibordo! Esgoelou-se o Douglas.

Alguém pergunte se ele tinha noção do que estava dizendo.

Enfim, escapamos. Fiquei imaginando a história-de-pescador que aquele cara da margem teria para contar: “Uma vez, neste rio aqui, pesquei dois cabeças-de-bagre de mais de 1,70m, pesando uns 70kg cada um. Eram uns bichos desse tamanho...”

Despertei com os berros do Douglas quando a corredeira levava o “duck” direto para se chocar com umas pedras.

-Rogééério! Trezentos e sessenta graus a bom-bor-dooooo!!!

(texto originalmente publicado na edição nº2 do Jornal "O Paraibunense", de março de 2009, sob o título "Aventura nas corredeiras")

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Arremedo de Cervantes enamorado

Ó, vil criatura

Como um D. Quixote errante

Acreditei ter encontrado em ti

Aquela que me subjugaria com dignidade


Mas não!

Ao invés de me devorar

Me rumina

Para, insípido, escarrar-me


Ó, monstro desgraçado

Eu já planejei a fuga

E quando der por si

Estarei a léguas de distância


Não sem antes com minha lança

Desferir-lhe um fatal golpe no peito

Daqueles tão precisos

Quem matam, sem tirar a vida

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