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-Rema! Rema!
Era tarde demais, não conseguiríamos desviar a tempo. O pior estava para acontecer.
O Douglas Martelo e eu descíamos o Rio Paraibuna em São Luiz do Paraitinga em um “duck”, caiaque inflável, para duas pessoas. Passávamos o carnaval na cidade da marchinha. Também estavam lá nossas namoradas, Regiane e Letícia, minha irmã, Larissa, e o namorado dela, o Gambazinho, e minha prima Bárbara e o seu marido, Dogrão.
No domingo de sol, topamos a aventura. A convite do Gambazinho. Ele organizou tudo e emprestou o equipamento.
Alguém teve a infeliz idéia de incumbir a função de leme ao Douglas, cuidando da direção, e a de motor a mim, responsabilizando-me pela força física. Já dá para imaginar o circo que foi. O Martelo tem dificuldade para entender que a direita fica à direita e a esquerda à esquerda. Bem, e eu me matriculei na academia do Coquinho só tem três meses.
Naquele exato momento, o nosso “duck” rumava em direção a umas linhas de pesca na beira do rio. Eram três varas de pescar. Não teve jeito, ficamos enroscados nelas. Os dois enrolados nas linhas. O pescador, da margem, atribuía às nossas mães a famosa profissão milenar. O mesmo ofício daquelas que também parem juízes de futebol.
- Setenta graus a estibordo! Esgoelou-se o Douglas.
Alguém pergunte se ele tinha noção do que estava dizendo.
Enfim, escapamos. Fiquei imaginando a história-de-pescador que aquele cara da margem teria para contar: “Uma vez, neste rio aqui, pesquei dois cabeças-de-bagre de mais de 1,70m, pesando uns 70kg cada um. Eram uns bichos desse tamanho...”
Despertei com os berros do Douglas quando a corredeira levava o “duck” direto para se chocar com umas pedras.
-Rogééério! Trezentos e sessenta graus a bom-bor-dooooo!!!
(texto originalmente publicado na edição nº2 do Jornal "O Paraibunense", de março de 2009, sob o título "Aventura nas corredeiras")
quinta-feira, 16 de abril de 2009
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Arremedo de Cervantes enamorado
Ó, vil criatura
Como um D. Quixote errante
Acreditei ter encontrado em ti
Aquela que me subjugaria com dignidade
Mas não!
Ao invés de me devorar
Me rumina
Para, insípido, escarrar-me
Ó, monstro desgraçado
Eu já planejei a fuga
E quando der por si
Estarei a léguas de distância
Não sem antes com minha lança
Desferir-lhe um fatal golpe no peito
Daqueles tão precisos
Quem matam, sem tirar a vida
Como um D. Quixote errante
Acreditei ter encontrado em ti
Aquela que me subjugaria com dignidade
Mas não!
Ao invés de me devorar
Me rumina
Para, insípido, escarrar-me
Ó, monstro desgraçado
Eu já planejei a fuga
E quando der por si
Estarei a léguas de distância
Não sem antes com minha lança
Desferir-lhe um fatal golpe no peito
Daqueles tão precisos
Quem matam, sem tirar a vida
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