segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Xaveco do Cicinho


Justiça injusta

O baixo nível civilizatório de um extrato da sociedade pode ser constatado quando ao invés de clamar por justiça ela clamar por rigor. Justiça não deve ser rigorosa nem condescendente, ela deve ser justa. Simplesmente.
O rigor seletivo é pior ainda. Quando o judiciário busca o rigor, busca pegar um caso para servir de exemplo, ele é injusto, pois a justiça tem entre outros atributos a constância. Ela deve ser previsível, deve trazer segurança. Se um caso é selecionado para exemplo, se é tratado com mais rigor, significa que todos os outros foram tratados de forma mais condescendente, mais benéfica. Isso é injustiça.
Assim, a justiça, das instituições ou dos homens, é injusta quando é rigorosa com o marginal no bairro da zona sul ou com os corruptos de determinados partidos e não com o empresariado corruptor ou os corrompidos de outros partidos. É o populismo judiciário. Tem seus fãs...
Justiça não serve para aplacar o clamor social ou para dar resposta aos contribuintes ou seja quem for, justiça tem que ser justa, é uma medida exata. Uma decisão judicial quando tem por escopo vingar a vítima, faz de vítimas todos nós, todo o Estado Democrático de Direito.
Justiça extrema é injustiça.” Marcus Cícero

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Didi se apresenta


O Brasil brasileiro

Devagar com o andor. As coisas só parecem estar tão ruim. Ação de justicieros, assim como violência em protestos, de polícia ou manifestantes, é reprovado pela maioria das pessoas,aponta Datafolha.
A bestialidade diária na imprensa assusta as pessoas de bom senso. Leva a questionar os tempos atuais. Porém, o que está na manchete não é, definitivamente, o mundo que está lá fora. Os famosos da tevê não são os verdadeiros artistas brasileiros. Os editorialistas de jornalões não são os nossos pensadores. O que dá manchete, não é o que de importante acontece no país.
Muita gente boa está construindo um Brasil melhor. Um país desigual, mas que está no rumo certo, apesar da lentidão. São ONG, jovens idealistas, artistas independentes, blogueiros, instituições religiosas, movimentos sociais, associações de bairros, políticos que muitas vezes trabalham desconectados, marginalizados pela imprensa tradicional. Quando aparecem, é sempre para destacar algum aspecto negativo.
A grande imprensa, por interesses financeiros e de poder, trabalha com uma pauta política do quanto pior, melhor. Quem se fia por ela, realmente não conhece o Brasil dos novos tempos. Um país de esperança, de energia positiva, de solidariedade. “Bora” fechar os jornais e viver o Brasil do século XXI.
Não tenho o hábito de ler jornais faz tempo. Eu tenho problema de azia.” Lula

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Bestas à solta

Opiniões e piadas bestiais antes eram compartilhadas reservadamente, com interlocutores bem selecionados, amigos ou familiares. Contavam piada de preto, defendiam pena de morte, criticavam suposta ditadura gay, direitos humanos pra bandido e outras pérolas de preconceito, desinformação.
Porém, de um tempo prá cá, esses temas entraram sem vergonha em páginas da imprensa, como Veja. Alguns programas policialescos, há tempo, já abordavam a criminalidade de forma maniqueísta, simplista. Mas a coisa estourou. As redes sociais, o Facebook, trouxeram aquela segurança e sensação de inconsequência semelhante a que temos no trânsito para soltar impropérios. Daí, os “iguais” começaram a se encontrar. Então veio o “stand up”, e aquelas piadinhas politicamente incorretas (pra usar um eufemismo) saíram das mesas das elites e passaram pra tevê. Logo, a opinião bestial passou para o horário nobre, editoriais de jornais, e a ser compartilhada sem pudor.
É reflexo do medo de classes. A elite e a classe média tradicional morrem de medo de quem está embaixo. Tem origem no fracasso da educação, tanto em casa quanto na escola. O currículo está direcionado ao capital. A gente estuda, desde a primeira série, pra ser bem sucedido, pra ganhar dinheiro, para ser um vencedor. Assim, temos de derrotar os outros. Aí vale tudo. E qualquer tentativa de inclusão, de igualização, é vista como trapaça.
Alguém precisa conduzir o país a um processo de transformação, à correção dos rumos. Um estadista, alguma instituição religiosa, um grupo de empresários, a imprensa. Mas o primeiro está acovardado, dando cada passo com cálculos eleitorais. A segunda está mais preocupada com seus dogmas excludentes. Os empresários nacionais não têm essa capacidade de organização. A grande imprensa está na luta pelo poder e dinheiro dos patrões, acuando e acovardando todos os anteriores. Muitos cidadãos ainda lutam isolados por uma sociedade mais justa.

“Tão cegos são os homens, que chegam a gloriar-se da própria cegueira!" Santo Agostinho

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Didi não aguenta mais protesto


Enquanto isso, na Sala de Justiça

Só tem uma força capaz de fazer contrapeso a Ministros como Gilmar Mendes Joaquim Barbosa, o plenário do Supremo. O corpotativismo, quando não, covardia (excluído os cúmplices), dos demais colegas da casa tende a destruir a imagem dos togados, assim como ocorreu com o Executivo e Legislativo. O STF é visto, cada vez mais, como mais uma arena de politicagens, principalmente com a exposição pela TV Justiça e ação de desmascaramento dos blogueiros.
É nocivo à consciência comum de Justiça continuar “esperando para ver no que vai dar” ou torcer para que o mandato do atual presidente passe logo. Ainda com a eventual saída de Barbosa, sequelas profundas restarão à imagem do STF. A sensação de impunidade geral, de injustiça, tende a aumentar enquanto Thêmis afunda. Claro que Ministros polêmicos já passaram pela casa, mas antes do BBB TV justiça, muitas vezes, ficava restrito às quatro paredes da tribuna. A reação a eles, hoje, tem de ser na medida da ação, para que não reste dúvidas da integridade dos demais.
Acontece que os outros Ministros estão acuados pela Grande Imprensa, a qual, ao invés de aliada, representa a grande inimiga para nossos avanços democráticos. De jeito nenhum ela será contrapeso a qualquer desmando autoritário sem avaliar seus próprios interesses econômicos. O plenário deve agir, buscando o resgate/manutenção da dignidade do Supremo. Aí também a Procuradoria Geral da República e advogados das partes cumpririam relevante papel pedindo levantando impedimentos e suspeições de magistrado que tiver vínculos com as partes ou se manifestar fora dos autos sobre causa em julgamento ou que venha a julgamento.
“O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons”. Martin Luther King

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

A Saga do Refri #6


Cativeiro da imprensa

11/02/2014 - 08:43
A grande imprensa brasileira faz mal para o país. Não é questão apenas de banalização da violência. Esta, em si, sempre foi confundida com diversão, prazer e justiça.
O mais grave é que desde as "Diretas Já", da Constituição de 88, o país vem tentando criar mecanismos de particpação popular, de influência do povo nos rumos do país. Esses instrumentos vêm se aperfeiçoando. São conselhos, leis de responsabilidade, publicidade, transparência. Porém, a mídia vai na contramão dessas intenções. Ela quer manter o monopólio do discurso, o monólogo dos editoriais.
A grande imprensa não influência um debate de democracia, de cidadania. O discurso é sempre desesperançoso. Estão sempre a procurar a gota d'água, o escândalo, o cadáver. O consumidor desses meios, o povo em geral, e aí, principalmente, pela TV aberta, é imbecilizado. Parafraseando Forrest Gump, aí o idiota faz idiotices.
E são grandes meios de comunicação nas mãos de poucas famílias. Jornalões, revistas e canais de tevês concentrados exclusivamente na região sudeste, levando as demais regiões a reboque.
Essas famílias, praticamente dominando a imprensa, usam-na na defesa de seus interesses financeiros. É assim que são escolhidas as manchetes de capa, são ditados os editoriais, são apoiadas causas, são selecionadas denúncias. E toda a população leitora é utilizada como massa para essas manobras. A opinião publicada, ainda que represente aquela minoria, acaba sendo chamada de opinião pública.
De repente, vemos, principalmente a elite e a classe média tradicional, repetindo os mesmos argumentos das manchetes. Sem reflexão. Incapaz de filtrar a opinião, ou interesses, por trás da dita notícia.
A solução é a democratização da mídia. Facilitar à sociedade o acesso aos meios de comunicação. Aumentar o número de pessoas capazes de se expressar para um público maior. Quanto mais gente, mais opiniões diferentes, mais democracia. A questão não é calar ninguém, mas dar vozes a todos. Porém, isso mexe com interesses financeiros, com o bolso, do pessoal lá do topo. É um grande debate público que a nossa imprensa não vai dar no jornal.
É preciso outro discurso. Comunicadores se vendo como cidadãos e voltados à cidadania, como o excelente trabalho feito pelo Nassif. Os leitores deste blog não saem fazendo idiotices.
Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma”. Joseph Pulitzer

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