O presépio do Carlinhos em 2011, e seu sincretismo |
Neste dia 24 de dezembro, a cidade se despede de um paraibunense de
valor. Carlinhos do Presépio é um dos importantes artistas do
Estado de São Paulo. Seu trabalho recebeu o título de patrimônio
imaterial do Estado de São Paulo pela Comissão Estadual do
Folclore.
Há décadas, seu trabalho marcou os natais da cidade, sendo visitado
por turistas de toda a região. Diversas vezes levou seu trabalho
para fora de Paraibuna, onde era muito prestigiado.
Muitos sentirão falta da pessoa do Carlinhos, mas somente nossa
mediocridade poderá apagar a memória do artista. Sua arte é maior
que sua pessoa e eventuais rusgas que tenham surgidas. Enquanto ainda
estamos discutindo a identidade da cidade, Carlinhos já a tinha
encontrado faz tempo em seus presépios e artesanato.
Carlinhos trabalhando. |
Seria hoje um Natal triste, o primeiro em muitos anos sem o presépio
desse artesão no centro da cidade (leia mais aqui). Mas ele não ficou pra ver isso.
Correm diversas versões do porquê a Prefeitura não teria montado
(falta de dinheiro, o sincretismo em Natal passado, o tratamento de
saúde), porém, ele não escondia o seu desejo de mais uma vez ter
realizado seu trabalho, nem escondeu a mágoa por não tê-lo feito.
Poucos paraibunenses foram se despedir. Uma ou outra autoridade esteve presente. Ele não tinha dinheiro, não tinha influência política. Era um artista popular. Seu valor está no que ele era, no que ele representou, não no que possuiu.
Importa agora que o Carlinhos está em paz. Mas, talvez, com muito
trabalho, chamado às vésperas para montar seu presépio direto na
casa Daquele que tanto o inspirou.
E, aproveitando: Um feliz Natal aos amigos, leitores e críticos deste blog!
E, aproveitando: Um feliz Natal aos amigos, leitores e críticos deste blog!
Atualizado em: 07h41min - 23/12/2008 |
Cidade-presépio inspira morador de Paraibuna para restaurar imagens típicas de Natal |
Paraibuna é conhecida na região como cidade-presépio, por isso um morador se inspirou no ambiente rural da cidade e na própria infância para construir os tradicionais cenários que remetem ao nascimento de Jesus.
Na casa, a impressão que se tem é de se tratar de um morador de fé, mas as imagens representam muito mais que isso. Elas simbolizam trabalho: a arte de recuperar figuras de gesso, argila e madeira. Um dom que o restaurador Carlos de Souza Batista descobriu bem cedo, quando viu que não podia ter brinquedos. “Meu pai tinha uma olaria, então a gente pegava argila, pegava barro e fazia os bichinhos, fazia cavalinho, cachorro e ia fazendo de tudo”, lembra o restaurador. As ‘preciosidades’, como seu Carlinhos chama as peças com quase 200 anos e feitas de argila ou madeira são as que dão mais trabalho. Muitas vezes é preciso mais de um ano para se chegar ao resultado esperado. Remontar peças antigas sejam elas pequenas ou grandes exige pesquisas de estilos artísticos de cada época. Os estudos para identificar os relevos e as cores corretas são fundamentais para este trabalho tão preciso e delicado. “A imagem do Santo Antônio, da torre da nossa igreja, e u demorei 32 meses para restaurar”, revela Carlinhos. A perfeição das obras fez de seu Carlinhos um artista disputado. As restaurações dele já foram para os Estados Unidos, Europa e Japão. O grande talento é discreto e até hoje se inspira nas ruas de Paraibuna, afinal, a cidade é a ‘cidade-presépio’. |
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