Fizeram um carnaval no Facebook em cima do debate do Carnaval
2013. Foram cinco dias de folia na rede. Passada a ressaca, ninguém mais toca
no assunto lá.
Porém o debate
continua, envolvendo Prefeitura, Fundação Cultural, blocos e cidadãos. Não custa lembrar que a Fundação Cultural é apenas a estrutura onde está se discutindo o carnaval, quem está construindo a festa são os cidadãos que participam do debate, e os que não participam também.
Os
foliões eleitos
A postura da Prefeitura
de Paraibuna merece elogios. Há anos
que ela vem tentando transformá-lo numa festa popular. Não só para o
paraibunense, mas feita pelo paraibunense.
Neste primeiro mandato
do Barros, todos os anos se tentou reunir os blocos entorno da Diretoria de Turismo, Esporte e Lazer.
Porém, a estratégia não funcionou, pois nunca se conseguiu fazer algo
duradouro. Tudo se dava às vésperas da folia para acabar na quarta-feira de
cinzas. O debate sobre a identidade do nosso carnaval não prosseguia.
Talvez isso, essa
incapacidade dos blocos se organizarem de forma permanente, fizesse a
Prefeitura confiar parte considerável da verba numa banda de fora com um repertório ultrapassado, mas de fácil
assimilação. Claro que também é mais cômodo para o administrador, o diretor
da pasta, por exemplo, pagar e montar algo sem precisar gastar tutano.
Por outro lado, a
desmobilização dos blocos pode ser reflexo de duas coisas. Primeiro, não se
sentiam acolhidos na diretoria, pois logo após a festa, os administradores não
se empenhavam em reunir os blocos para prosseguir as conversas. Mas, também,
como principal motivo, a desvalorização financeira. É uma merreca o que se vem pagando para os blocos. Isso não remunera o
tempo do artista, não cobre eventual reparo ou reposição de instrumento, muito
menos permite um investimento em melhor formação.
Blocos
em movimento
O carnaval 2013 será
diferente. Com menos dinheiro e Diretoria de Turismo à deriva, a Prefeitura teve de recorrer à Fundação. Lá, o debate
vem ganhando mais adeptos, além dos músicos dos blocos, já que a Fundação tem portas abertas a qualquer um.
A preocupação no
momento é de garantir a festa, sem excluir nenhum bloco, e sem chocar a população com uma nova ideia
revolucionária. A partir de março, aí, sim, um novo Carnaval vai ser pensado. E
a discussão tem potencial de transformar toda a cidade.
Importante, porém,
destacarmos o que o Break,
representante do Bloco Pé no Brejo, evidenciou. Para ele, a identidade do
carnaval paraibunense não está sendo construída agora. Isso começou algum tempo
atrás, quando os primeiros blocos saíram às ruas. Desde então, mudou-se a cara
do carnaval paraibunense, trazendo as pessoas para a rua. Estamos dando apenas
mais um passo neste processo.
E o momento para a
transformação é agora. A Prefeitura
apoia o movimento (e precisa dele no momento), deixando o debate livre para
a população. Há possibilidade de maiores
cachês para as bandas, de modo que se sintam valorizadas, motivando os artistas.
E a Fundação Cultural pode usar da comissão de música e da sua estrutura para
oficinas e debates sobre o carnaval durante o ano.
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