sábado, 15 de dezembro de 2012

Um carnaval paraibunense




Fizeram um carnaval no Facebook em cima do debate do Carnaval 2013. Foram cinco dias de folia na rede. Passada a ressaca, ninguém mais toca no assunto lá.

Porém o debate continua, envolvendo Prefeitura, Fundação Cultural, blocos e cidadãos. Não custa lembrar que a Fundação Cultural é apenas a estrutura onde está se discutindo o carnaval, quem está construindo a festa são os cidadãos que participam do debate, e os que não participam também.


Os foliões eleitos

A postura da Prefeitura de Paraibuna merece elogios. Há anos que ela vem tentando transformá-lo numa festa popular. Não só para o paraibunense, mas feita pelo paraibunense.

Neste primeiro mandato do Barros, todos os anos se tentou reunir os blocos entorno da Diretoria de Turismo, Esporte e Lazer. Porém, a estratégia não funcionou, pois nunca se conseguiu fazer algo duradouro. Tudo se dava às vésperas da folia para acabar na quarta-feira de cinzas. O debate sobre a identidade do nosso carnaval não prosseguia.

Talvez isso, essa incapacidade dos blocos se organizarem de forma permanente, fizesse a Prefeitura confiar parte considerável da verba numa banda de fora com um repertório ultrapassado, mas de fácil assimilação. Claro que também é mais cômodo para o administrador, o diretor da pasta, por exemplo, pagar e montar algo sem precisar gastar tutano.

Por outro lado, a desmobilização dos blocos pode ser reflexo de duas coisas. Primeiro, não se sentiam acolhidos na diretoria, pois logo após a festa, os administradores não se empenhavam em reunir os blocos para prosseguir as conversas. Mas, também, como principal motivo, a desvalorização financeira. É uma merreca o que se vem pagando para os blocos. Isso não remunera o tempo do artista, não cobre eventual reparo ou reposição de instrumento, muito menos permite um investimento em melhor formação.


Blocos em movimento

O carnaval 2013 será diferente. Com menos dinheiro e Diretoria de Turismo à deriva, a Prefeitura teve de recorrer à Fundação. Lá, o debate vem ganhando mais adeptos, além dos músicos dos blocos, já que a Fundação tem portas abertas a qualquer um.

A preocupação no momento é de garantir a festa, sem excluir nenhum bloco, e sem chocar a população com uma nova ideia revolucionária. A partir de março, aí, sim, um novo Carnaval vai ser pensado. E a discussão tem potencial de transformar toda a cidade.

Importante, porém, destacarmos o que o Break, representante do Bloco Pé no Brejo, evidenciou. Para ele, a identidade do carnaval paraibunense não está sendo construída agora. Isso começou algum tempo atrás, quando os primeiros blocos saíram às ruas. Desde então, mudou-se a cara do carnaval paraibunense, trazendo as pessoas para a rua. Estamos dando apenas mais um passo neste processo.

E o momento para a transformação é agora. A Prefeitura apoia o movimento (e precisa dele no momento), deixando o debate livre para a população. Há possibilidade de maiores cachês para as bandas, de modo que se sintam valorizadas, motivando os artistas. E a Fundação Cultural pode usar da comissão de música e da sua estrutura para oficinas e debates sobre o carnaval durante o ano.

LEIA TAMBÉM



CURTA A FANPAGE DO SOLILÓQUIO INSIPIENTE NO FACEBOOK

Nenhum comentário:

Receba as atualizações do meu blog no conforto do seu e-mail!

Digite o seu endereço de e-mail e clique em "Subscribe":

Delivered by FeedBurner