segunda-feira, 5 de setembro de 2011
Desobediência Civil
Quando tratei dos respeitos às regras nos textos “Pobre não sabe votar” e Matéria-Prima, não ignorei que a sociedade também evolui pela transgressão. Também evolui pelas tragédias, pela dor e, claro, de forma positiva, como pelo conhecimento. Reconheço que em determinados momentos, frente a uma opressão do Estado, o cidadão vai transgredir as regras É assim com revoluções, greves, guerrilhas, a desobediência civil em geral.
Desobediência civil é um protesto a um poder político. A exemplo as greves, a recente Marcha da Maconha e históricos como os promovidos por Gandhi ou Martin Luther King. Pode ser também individual, como o não pagamento de impostos em protesto à escravidão por Henry David Thoreau, que escreveu sobre o tema no século XIX. São atos de desrespeitos às regras que, em tese, iriam de encontro ao que vim defendendo nessa coluna. Mas não.
Manifesto-me contra o desrespeito às regras por comodismo ou malandragem. O cidadão baixa música pirata por comodismo e pela facilidade, com a falsa desculpa de que o cedê é caro. Claro que isso está revolucionando a indústria fonográfica, mas a motivação do indivíduo é errada.
Agora, é defensável a postura daquele que invade uma propriedade privada, o que é crime, para protestar contra o grande latifúndio. A função social da propriedade é inclusive um dever constitucional.
Deve estar claro também que os atos desobediência civil tem suas conseqüências legais, inclusive penais. Esse transgressor politizado sabe que existem penalidades pelos seus atos e as assume. Já se tem a expectativa da retaliação.
Então, tudo está na motivação. A diferença entre o errado e a desobediência civil está na consciência do transgressor. É uma motivação política. Um mundo melhor não se constrói com “espertos”, mas com cidadãos.
Visite minha coluna no GUIA DO VALE MAIS
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário