domingo, 14 de agosto de 2011

O estratagema da desmobilização


As mobilizações sociais no Brasil sofrem com o preconceito da própria sociedade. Isso é mérito de uma elite que domina o país através dos meios de comunicação. Por consequência, isso afeta a atuação do cidadão.

Quando falo em mobilizações sociais, trato desde os sem-terra, sem-teto, sindicatos, associações de bairro a passeatas, protestos e greves. Essas aglutinações e manifestações cidadãs são a forma dos cidadãos se organizarem e lutarem por direitos diuturnamente desrespeitados.


O preconceito contra a mobilização

Porém, constantemente vemos isso com maus olhos através da nossa tela de 20, 30, 40 polegadas. Para muitos, essa gente não passa de vagabundos, criminosos, encrequeiros, preguiçosos, comunistas, sujos, e por aí vai.

Esse preconceito é alimentado pela elite, pois esses movimentos são sempre contra ela, que julga ser dona do país. Com os meios de comunicação, dominados por umas cinco famílias do sudeste, fica fácil colocar a sociedade contra ela mesma.


Sem-terra e sem-teto

É o que vemos com os movimentos do sem-terra e sem-teto, por exemplo. Esses movimentos não existem por uma simples falta do que fazer, não. São demandas sociais secularmente desrespeitadas pelo Poder Público (dominado por quem?). Isto fica claro quando temos ciência dos grandes latifúndios e da periferização dos pobres.


Sindicatos e associações

Sindicatos e associações também são estigmatizados pelos próprios trabalhadores e interessados. Mas que outra forma de se organizar e se fortalecer, senão em grupo?


Os grevistas

Os movimentos grevistas e outros sociais congêneres, pois então, são outros exemplos frequentes. Do setor privado ou público, quando eclodem é por total desgaste das vias normais de negociação. E sabemos que muitos patrões e governos, estaduais, municipais, tem ojeriza ao diálogo, em constante despeito à população. Daí, basta colocar aquele âncora de jornal para mostrar os transtornos que o cidadão sofre por causa da paralisação, usando a pressão social como arma. E o salário digno, as melhores condições de trabalho, e até instrumentos para melhor atendimento da população, pleiteados comumente por esses movimentos, são ignorados.


Assim, o cidadão comum é desestimulado a se mobilizar. Você acaba imaginando que reclamar é fazer parte dos vagabundos, criminosos, comunistas. O trunfo desse preconceito fabricado é esse: colocar a sociedade contra ela mesma. E quem manda, fica lá de cima, assistindo.

Visite minha coluna no Guia do Vale Mais.

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