sábado, 27 de outubro de 2012

Paraibuna sem projeto

Os Malvados, de André Dahmer



A cidade não tem projeto. Não tem planejamento ou proposta para a saúde, educação, transparência, emprego e tudo o mais. Excluo daqui apenas a área cultural, pois o caráter democrático da Fundação Cultural permite esse debate constante, caminhando para a criação do sistema municipal de cultura.

Voltando: Por que os administradores da cidade não têm projeto? Porque os cidadãos não os querem. A culpa da falta de emprego na cidade, da qualidade da saúde e da educação, da falta de transparência é de todos os paraibunenses. Não só pelo voto, pois a vida em sociedade não se resume a isso, mas, principalmente, pela falta de fiscalização, acompanhamento e cobrança durante os quatro anos que se seguem.

O critério utilizado pelos eleitores de Paraibuna para escolha dos mandatários é egoísta e imediatista. Ninguém quer saúde para todos, mas que o compadre-prefeito intervenha para um atendimento especial quando precisar (“Você sabe com quem está falando?”). Ninguém quer que o nível salarial da cidade aumente, mas que lhe consigam aquela “boquinha” prometida na administração. Ninguém quer o Plano Diretor do Município, mas que o Vice-Prefeito asfalte a estrada lá de casa.

Assim, entramos num círculo vicioso: A saúde, a educação, a economia, a questão social não melhoraram e ficamos sempre dependentes de eleger os nossos compadres para apenas resolver o nosso lado, pouco importando o grupo social.

E isso não muda tão já, enquanto vivermos nessa mentalidade provinciana, atrasada... Enquanto os políticos, que deveriam ser os protagonistas das mudanças, continuarem administrando os seus currais com essas estratégias medíocres, mas bem sucedidas.

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2 comentários:

Helena Maria Nunes Queiroz disse...

Infelizmente vivenciamos as mesma história. Em todas as eleições as mesmas querelas de compra de votas, de manipulações para garantirem a permanência dessas pessoas na prefeitura e na câmara e eu fico em dúvida se isso é culpa do povo mesmo, pois o povo aqui é muito oprimido e intimidado não só durante a época de eleição mas durante os anos que passam...dia após dia...só consegue as coias se calar a boca e se fizer de conta que não está vendo. Aqui ainda prevalece a lei do manda quem pode e obedece quem tem juízo. A minha esperança era que os mais jovens mudassem com o tempo essa mentalidade tacanha mas sabemos que na esperança de um subemprego continuam repetindo a mesma estratégia de seus parentes, votam e compram votos em troca de favores.
E assim vence quem dá mais e não quem pensa mais...a única que funciona aqui é a criatividade pouco duvidosa das piadinhas pós eleição ridicularizando pessoas idôneas ou aqueles agradecimentos aos votos recebidos...coisa de mau gosto pois se sabe que são votos não de confiança mas de fiança.

Rogério Faria disse...

Helena,

Ótima análise. Tenho fé que estamos num processo de evolução, embora lento. Os políticos atuais, eleitos e não-eleitos, pouco importa o lado, não veem vantagens pessoais em se portarem como agentes dessas mudanças.

Neste momento, o fundamental é estimular o debate. A internet tem se apresentado como uma excelente ferramenta.

Obrigado pela participação.

Até.

Rogério

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