sábado, 7 de janeiro de 2012

Quem precisa de cultura em Paraibuna?


Os Malvados, de André Dahmer


O cidadão paraibunense reclama hoje de deficiência na educação, ausência de segurança, drogas, falta do que fazer na cidade. São discursos comuns, os quais, claro, são problemas reais.

Ocorre que temos aí um ponto positivo desta administração, e que já vem de anteriores, que é a cultura. Isso, apesar do lamentável comportamento do prefeito no início do seu mandato, como relatei em Cultura democrática em Paraibuna.

Quem quer dinheiro?

A Fundação Cultural há tempos vêm realizando um excelente trabalho no Município com formação e acesso à cultura. E tem dinheiro, muito dinheiro. Para este ano, 2% do orçamento foi destinado à cultura. O que falta é o cidadão lá dizendo o que fazer: Do que o seu bairro precisa? O que falta na cidade? O que você quer aprender? Procure a Fundação Cultural e diga o que você quer.

Quem decide o que fazer com o dinheiro na Fundação não é o Poder Público. É a população. É o maior exemplo de democracia participativa que temos aqui, senão o único. Quem decide o que vai ser feito lá é o povo que a frequenta, por meio das comissões. É um ambiente aberto e que trata a população com respeito. Entenda aqui como tudo funciona na história em quadrinhos “Conhecendo a Fundação Cultural”.

Cadê você?

A deficiência é que o povo paraibunense não se apropriou da Fundação. A maioiria de cidadãos desta cidade prefere a televisão de casa ou a cachaça de boteco como lazer, ao invés de consumir e criar cultura. É o que chamei de Juventude transviada de Paraibuna.

É esse envolvimento do paraibunense com a cultura e demais segmentos da vida pública que vai dar subsídios não somente a nós, mas às próximas gerações, para construir uma Paraibuna com mais educação, mais lazer, menos violência, menos drogas, melhores políticos. Quem ainda não cansou daqueles discursos clichês e saudosistas de que hoje não se produz mais música boa, não tem filme bom e etc? Tem, sim. Talvez não na sua tevê. Já tratei dessa falta de público para a cultura em Ninguém quer ver você.

Reclamar da cidade no conforto do sofá e fácil, muito fácil, e nos faz cúmplices do buraco em que vai se metendo a juventude.

3 comentários:

I. Ribeiro disse...

Sim, a população que tanto reclama é a mesma que não faz nada para mudar e não participa. Em parte. Eu, que ja tentei fazer parte de comissões e de oficinas na fundação em outras épocas não fui bem recebido. Um exemplo é (ou era) o grupo de teatro Mafua, que possuia pessoas com boa cabeça mas um tanto egoístas em partilhar o que tem. Era um grupinho fechado, onde efetivamente ninguem mais entrava (os novos não tinham voz, nem conseguiam se sentir parte do grupo). Deu no que deu, o grupo acabou.
Esse é só um exemplo, mas a mensagem que fica é, se voces (Fundação Cultural) querem que entremos, abram realmente as portas. Não limitem a participação aos grupos de amigos ja formados que existe dentro da fundação.

Rogério Faria disse...

I. Ribeiro,

Excelente a sua manifestação. Realmente todos devem atentar a isso. Seria ótimo se a Fundação pudesse contar com a sua participação. Vamos torná-la mais democrática.

Abraço.

Rogério

Anônimo disse...

Muito pertinente o comentário, mas discordo em relação à Mafuá. O fim do grupo foi resultado de quase um ano lutando pelo direito de fazer cultura em Paraibuna, a dispersão foi estimulada pela falta de apoio, pela falta de perspectivas.
Contribuíram a expropiação e a descaracterização do festeatro (criado pela mafuá), a estagnação pela não manutenção de um projeto que vinha dando certo. Tais fatos foram mais letais que o fechamento do grupo, que chegou a ter mais de 50 pessoas participando (no início da Folia Cultural) e que poderia ter crescido ainda mais.
abraço a todos e parabéns pela discussão cultural
amauri

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