A língua popular sofre muito preconceito de pseudo-cultos. Comumente vemos colegas, que se enquadram na classe média, rindo do jeito de falar ou escrever de gente do mesmo meio e principalmente dos mais simples. O irônico é que incorremos em “erros” semelhantes, naturalmente. Não existe o jeito certo ou errado de se falar, a finalidade da língua é se comunicar.
Na região do Vale do Paraíba, temos muito forte ainda o modo de falar caipira. São expressões, conjugações, regras próprias, com influência de línguas indígenas e européias. Não é falta de cultura, mas é produto de uma riquíssima cultura, que muitos de nós, por pobreza intelectual, rejeitamos.
A finalidade da língua é se comunicar, nunca o inverso: a finalidade da comunicação não é a língua. A escola, logicamente, deve ensinar o padrão culto, assim como as diversas cadeiras (física, química) lidam com as teorias predominantes. Mas é função dela formar um indivíduo capaz de se comunicar como pessoa, respeitando a diversidade deste imenso país.
E tanto o preconceito que temos com o passado, temos com o futuro. A língua continua a evoluir. Achamos um horror a nova língua moldada pela internet, mas ela serve muito bem para se comunicar. E vossa mercê vira vossemecê, vosmecê, vancê, você e, quem sabe, ocê, cê...
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