Assim como a música clássica, a bossa nova, o funk carioca é cultura. Temos de deixar esse preconceito besta de achar que conseguimos rotular o que é ou não cultura. A música funk é expressão de um grupo que trata das coisas com as quais ele convive no dia a dia. Se fala de violência, de sexo, é essa a realidade. Se usa muita gíria e palavrão, é porque é assim que se comunicam.
É comum dizerem que a letra é chula. Qual o limite? E quem dita o limite? Chico Buarque dizer que a Geni dá pra qualquer um não é, né?
Você pode não gostar de funk carioca, é direito. Porém, ver funk como pobre, chulo e o que seja, não é reflexo da ignorância deles, mas da nossa própria. É reflexo de preconceito, desconhecimento, de um classe da sociedade brasileira muito estigmatizada
E uso o funk aqui para falar do geral, de axé, de sertanejo e tudo o mais. O samba, por exemplo, também vindo do morro, já feriu os ouvidos sensíveis da elite branca num passado não muito distante.
Há, claro, gente aí dentro que não está se preocupando com expressão cultural, mas apenas com a grana. Faz parte. Sempre vai existir.
Criticar uma música ou um artista é uma coisa. Criticar um gênero é falta de cultura.
Acesse minha coluna no Guia do Vale Mais.
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