terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Aos manifestantes, a lei

     



 Numa das várias belas passagens da vida de Mahatma Gandhi, ele resolve protestar durante uma votação na Índia proibida aos nativos. Época em que a aquele país ainda era colônia inglesa. A eleição influenciaria a vida dos hindus.

Gandhi pega seu voto e caminha em direção à urna. Um policial o impede. Ele insiste em seu objetivo, sem violência. O agente do estado o retira do recinto. Gandhi volta, determinado. É agredido. Levanta-se e continua. É agredido novamente. Mais uma vez, persiste. Leva então uma surra que o impede de se levantar. Tática de desobediência civil. Vejo ele como a maior personalidade do século passado, e uma das maiores de todos os tempos.

Alerto que li umas duas biografias dele há dez anos. É assim que me lembro desse episódio em específico. Vou relê-lo qualquer dia.

O que quero dizer é que protestar, manifestar-se, tem consequências. A infração à lei prevê penalidades. E é dever de um policial ou juiz agir. Não defendo abusos ou injustiças do Estado, apenas insisto que temos de ter consciência do que enfretamos. Se fossemos policiais durante um protesto com destruição de patrimônio, como agiríamos?

Policiais e outros agentes do Estado também são vítimas do sistema. Muitas das vezes, porém, o foco de um protesto se vira para eles. Sem preparo, negligência do próprio sistema, tudo descamba.

Não há limite porém ao protesto à desobediência. Dependendo da causa que se acredita estar defendendo, vale tudo. Mas tudo tem consequência.

Gandhi sabia disso. Daí sua resistência pacífica. Mesmo diante de abusos, por civis ou agentes do Estado, ele não respondia com violência, não desviava o foco para os indivíduos. Apanhou e foi preso diversas vezes. Resistir é ser mártir. Funciona? Bem, ele conseguiu a independência da Índia em 1947.

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