A grande imprensa brasileira faz mal para o país. Não é questão apenas de banalização da violência. Esta, em si, sempre foi confundida com diversão, prazer e justiça.
O mais grave é que desde as "Diretas Já", da Constituição de 88, o país vem tentando criar mecanismos de particpação popular, de influência do povo nos rumos do país. Esses instrumentos vêm se aperfeiçoando. São conselhos, leis de responsabilidade, publicidade, transparência. Porém, a mídia vai na contramão dessas intenções. Ela quer manter o monopólio do discurso, o monólogo dos editoriais.
A grande imprensa não influência um debate de democracia, de cidadania. O discurso é sempre desesperançoso. Estão sempre a procurar a gota d'água, o escândalo, o cadáver. O consumidor desses meios, o povo em geral, e aí, principalmente, pela TV aberta, é imbecilizado. Parafraseando Forrest Gump, aí o idiota faz idiotices.
E são grandes meios de comunicação nas mãos de poucas famílias. Jornalões, revistas e canais de tevês concentrados exclusivamente na região sudeste, levando as demais regiões a reboque.
Essas famílias, praticamente dominando a imprensa, usam-na na defesa de seus interesses financeiros. É assim que são escolhidas as manchetes de capa, são ditados os editoriais, são apoiadas causas, são selecionadas denúncias. E toda a população leitora é utilizada como massa para essas manobras. A opinião publicada, ainda que represente aquela minoria, acaba sendo chamada de opinião pública.
De repente, vemos, principalmente a elite e a classe média tradicional, repetindo os mesmos argumentos das manchetes. Sem reflexão. Incapaz de filtrar a opinião, ou interesses, por trás da dita notícia.
A solução é a democratização da mídia. Facilitar à sociedade o acesso aos meios de comunicação. Aumentar o número de pessoas capazes de se expressar para um público maior. Quanto mais gente, mais opiniões diferentes, mais democracia. A questão não é calar ninguém, mas dar vozes a todos. Porém, isso mexe com interesses financeiros, com o bolso, do pessoal lá do topo. É um grande debate público que a nossa imprensa não vai dar no jornal.
É preciso outro discurso. Comunicadores se vendo como cidadãos e voltados à cidadania, como o excelente trabalho feito pelo Nassif. Os leitores deste blog não saem fazendo idiotices.
“Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma”. Joseph Pulitzer
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