sábado, 5 de janeiro de 2013

Políticos analógicos na era digital em Paraibuna




Em seus discursos de posse, em primeiro de janeiro, prefeito e vice-prefeito reeleitos manifestaram o desconforto com a internet e redes sociais. O prefeito deixou claro que não simpatiza com redes sociais como Facebook e que elas seriam perda de tempo. O vice-prefeito reclamou das cobranças feitas por perfis falsos no Facebook.

As redes sociais, e a internet, são instrumentos. Elas aprofundam o exercício da democracia, e isso incomoda governantes menos afeitos à participação democrática.


O Poder do povo on-line

No mundo árabe, a internet permitiu revoluções. Nos EUA, arrecadação de caixa de campanha para um presidente eleito e reeleito. No Brasil, é nela que está o contraponto democrático à nossa corrupta mídia tradicional. E em Paraibuna?

Na nossa pacata cidade, a internet já demonstrou sua força. Foi em campanha nas redes sociais e blogs que conseguimos impedir o reajuste despropositado do salário do prefeito, e dos vereadores (veja mais aqui). Foi após denúncia na internet, apresentando um entendimento jurídico, que o prefeito teve de voltar atrás no corte das gratificações dos funcionários pós-eleição (que ele adiou para agora). Foi por meio de uma campanha com foco no Facebook que o vereador Marchelo, maior pedra no sapato do Grupo no poder, conseguiu se eleger.

Hoje, administrar Paraibuna não é o mesmo que antigamente, com contas públicas, compras, agrados a companheiros sendo divulgados e criticados no Facebook em perfis reais ou falsos e fanpages. Aconteceu alguma coisa, logo vira notícia lá. E mesmo com grande parte dos paraibunenses ainda fora da rede, o que está sendo debatido aqui está influenciando a cidade – veja a retrospectiva deste blog a partir da entrevista do Barros ao Jornal O Paraibunense.

Então há motivos para eles não gostarem da internet? Sim.


Tá tudo conectado!

E devem se preocupar com isso mesmo. Os filhos deles, os demais familiares, os amigos, os apoiadores, os adversários, têm conta no Facebook. A juventude que cresceu a partir da década de 90 está toda conectada. Eles são os eleitores de agora, de amanhã.

Mesmo os perfis falsos no Facebook têm o seu propósito. Se as pessoas têm receio de fazer o protesto, de gerar o debate, pelos perfis reais, é porque de alguma forma o ambiente político criado não é propício. É dever dos vereadores eleitos, do prefeito e do vice-prefeito trabalharem para que a participação democrática na cidade seja mais bem percebida, de forma que o cidadão não tenha medo de se manifestar.

Dizer que o gabinete está de portas abertas não funciona. É demagogia. Os amigos vão lá. O povo não vai. Um exemplo são as vazias sessões de Câmara, as fracassadas audiências públicas, os conselhos municipais deficitários. Quem tem de ir ao povo é o governante eleito. E a internet está possibilitando a esse povo se organizar. Como digo, é a nova praça pública.


Tudo tende a melhorar (ou piorar?)

Com o aumento da inclusão digital, e mais pessoas com acesso a computador e internet, é daqui que sairão os próximos governantes. A Paraibuna on-line ainda está no meio do caminho, com muita gente de fora, mas isso está mudando progressivamente, de modo que os debates em blogs e Facebook, seja por perfis falsos ou não, vão influenciar cada vez mais.

Logo, este blog insiste, a estratégia mais democrática, e inteligente, é aprender a se comunicar com o público on-line. Se ignorar a internet e redes sociais funcionasse, não estariam incomodando tanto. Àqueles que duvidam, resta aguardar, o tempo é implacável.

CURTA A FANPAGE DO SOLILÓQUIO INSIPIENTE NO FACEBOOK

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