Em seus discursos de posse,
em primeiro de janeiro, prefeito e vice-prefeito reeleitos manifestaram o
desconforto com a internet e redes sociais. O prefeito deixou claro que não
simpatiza com redes sociais como Facebook e que elas seriam perda de tempo. O vice-prefeito
reclamou das cobranças feitas por perfis falsos no Facebook.
As redes sociais, e a
internet, são instrumentos. Elas aprofundam o exercício da democracia, e isso
incomoda governantes menos afeitos à participação democrática.
O Poder do povo on-line
No mundo árabe, a
internet permitiu revoluções. Nos EUA, arrecadação de caixa de campanha para um
presidente eleito e reeleito. No Brasil, é nela que está o contraponto
democrático à nossa corrupta mídia tradicional. E em Paraibuna?
Na nossa pacata cidade,
a internet já demonstrou sua força. Foi em campanha nas redes sociais e blogs
que conseguimos impedir o reajuste despropositado do salário do prefeito, e dos vereadores (veja mais aqui).
Foi após denúncia na internet, apresentando um entendimento jurídico, que o prefeito
teve de voltar atrás no corte das gratificações dos funcionários pós-eleição
(que ele adiou para agora).
Foi por meio de uma campanha com foco no Facebook que o vereador Marchelo,
maior pedra no sapato do Grupo no poder, conseguiu se eleger.
Hoje, administrar
Paraibuna não é o mesmo que antigamente, com contas públicas, compras, agrados
a companheiros sendo divulgados e criticados no Facebook em perfis reais ou
falsos e fanpages. Aconteceu alguma coisa, logo vira notícia lá. E mesmo com
grande parte dos paraibunenses ainda fora da rede, o que está sendo debatido
aqui está influenciando a cidade – veja a retrospectiva deste blog a partir da entrevista do Barros ao Jornal O Paraibunense.
Então há motivos para
eles não gostarem da internet? Sim.
Tá tudo conectado!
E devem se preocupar
com isso mesmo. Os filhos deles, os demais familiares, os amigos, os
apoiadores, os adversários, têm conta no Facebook. A juventude que cresceu a
partir da década de 90 está toda conectada. Eles são os eleitores de agora, de
amanhã.
Mesmo os perfis falsos
no Facebook têm o seu propósito. Se as pessoas têm receio de fazer o protesto,
de gerar o debate, pelos perfis reais, é porque de alguma forma o ambiente
político criado não é propício. É dever dos vereadores eleitos, do prefeito e
do vice-prefeito trabalharem para que a participação democrática na cidade seja
mais bem percebida, de forma que o cidadão não tenha medo de se manifestar.
Dizer que o gabinete
está de portas abertas não funciona. É demagogia. Os amigos vão lá. O povo não
vai. Um exemplo são as vazias sessões de Câmara, as fracassadas audiências
públicas, os conselhos municipais deficitários. Quem tem de ir ao povo é o governante
eleito. E a internet está possibilitando a esse povo se organizar. Como digo, é
a nova praça pública.
Tudo tende a melhorar (ou piorar?)
Com o aumento da
inclusão digital, e mais pessoas com acesso a computador e internet, é daqui
que sairão os próximos governantes. A Paraibuna on-line ainda está no meio do
caminho, com muita gente de fora, mas isso está mudando progressivamente, de
modo que os debates em blogs e Facebook, seja por perfis falsos ou não, vão
influenciar cada vez mais.
Logo, este blog insiste,
a estratégia mais democrática, e inteligente, é aprender a se comunicar com o público on-line. Se ignorar a internet e redes sociais funcionasse, não
estariam incomodando tanto. Àqueles que duvidam, resta aguardar, o tempo é
implacável.
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