João Montanaro |
Nessa semana que
passou, a repentina falta de dinheiro em Paraibuna foi o principal debate na
cidade. Iniciei o assunto no post Paraibuna no vermelho-terracota e continuo
aqui. Por que vermelho-terracota? É a cor que a atual administração adotou como
padrão para as obras públicas, faixas de pedestres, guias de calçada.
Bem, o personagem mais
importante que deveria participar dessa discussão "faz que não é com ele":
a Prefeitura. É como se a Administração Pública de Paraibuna desconhecesse as
redes sociais ou pouco se importasse com a opinião dos cidadãos – o que é mais
provável. O site da municipalidade, que poderia ter lançado uma nota oficial
explicando o que está ocorrendo, trata de assuntos mais amenos.
A rica Paraibuna
Aqui corrijo uma
afirmação no meu texto anterior. Realmente o Governo Federal reduziu o repasse
aos municípios, como no caso do Fundo de Participação, que sofre o efeito, por
exemplo, da redução do IPI para carros zeros estendida até dezembro. Isso tem
complicado de verdade a situação de municípios pobres.
Entretanto, é
importante anotar que Paraibuna não é um município pobre. O paraibunense é que
ganha pouco. Em 2008, Paraibuna arrecadou R$ 28 milhões. Em 2012, segundo
expectativas da Administração, vamos fechar o ano com R$ 47 milhões. Dá um
aumento de quase 70% no período! Fora isso, como já sabemos, o ranking FIRJAN
(Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) colocou nossa cidade, agora no
começo de 2012, como a 10ª melhor gestão fiscal do país. A segunda do Vale.
Para onde foram as verdinhas
Então, temos muito mais
dinheiro do que antigamente. Sabemos administrar esse dinheiro melhor do que
todo o mundo. Como pode a cidade viver a fartura até as eleições e, de repente,
tudo ruir? Ou as contas não estavam sendo bem administradas (o que não
acredito) ou sabiam muito bem o que estavam fazendo com o intuito de garantir o
pleito deste ano. Se há outra explicação, muitos gostariam de ouvi-la.
Funcionários que
fizeram hora-extra habitual no mês que passou descobriram neste pagamento que
não vão receber pelo que já trabalharam. Essas hora-extras eram fundamentais
para cobrir a falta de pessoal em determinados setores e dar um atendimento com
um mínimo de respeito à população. Terceirizados, que deveriam receber até o
quinto dia útil, por serviços prestados, não receberam. Na Saúde, estão sendo
orientados a reduzir atendimentos, exames, encaminhamentos e o transporte de
pacientes. Mais cortes deverão ser anunciados. O cidadão paraibunense é apenas um número numa conta que não fecha.
O paraibunense tranquilo
E, como dizem que temos
o governo que merecemos, aqui não parece ser diferente. Muitos funcionários da
Prefeitura têm dito pelos corredores que esse aperto é normal em ano eleitoral.
Já estão acostumados com a falta de dinheiro em fim de mandato. E tem certeza
que, ano que vem, a bonança estará de volta.
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