sábado, 10 de novembro de 2012

Paraibuna no vermelho-terracota 2 - A omissão

João Montanaro



Nessa semana que passou, a repentina falta de dinheiro em Paraibuna foi o principal debate na cidade. Iniciei o assunto no post Paraibuna no vermelho-terracota e continuo aqui. Por que vermelho-terracota? É a cor que a atual administração adotou como padrão para as obras públicas, faixas de pedestres, guias de calçada.

Bem, o personagem mais importante que deveria participar dessa discussão "faz que não é com ele": a Prefeitura. É como se a Administração Pública de Paraibuna desconhecesse as redes sociais ou pouco se importasse com a opinião dos cidadãos – o que é mais provável. O site da municipalidade, que poderia ter lançado uma nota oficial explicando o que está ocorrendo, trata de assuntos mais amenos.

A rica Paraibuna

Aqui corrijo uma afirmação no meu texto anterior. Realmente o Governo Federal reduziu o repasse aos municípios, como no caso do Fundo de Participação, que sofre o efeito, por exemplo, da redução do IPI para carros zeros estendida até dezembro. Isso tem complicado de verdade a situação de municípios pobres.

Entretanto, é importante anotar que Paraibuna não é um município pobre. O paraibunense é que ganha pouco. Em 2008, Paraibuna arrecadou R$ 28 milhões. Em 2012, segundo expectativas da Administração, vamos fechar o ano com R$ 47 milhões. Dá um aumento de quase 70% no período! Fora isso, como já sabemos, o ranking FIRJAN (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) colocou nossa cidade, agora no começo de 2012, como a 10ª melhor gestão fiscal do país. A segunda do Vale.

Para onde foram as verdinhas

Então, temos muito mais dinheiro do que antigamente. Sabemos administrar esse dinheiro melhor do que todo o mundo. Como pode a cidade viver a fartura até as eleições e, de repente, tudo ruir? Ou as contas não estavam sendo bem administradas (o que não acredito) ou sabiam muito bem o que estavam fazendo com o intuito de garantir o pleito deste ano. Se há outra explicação, muitos gostariam de ouvi-la.

Funcionários que fizeram hora-extra habitual no mês que passou descobriram neste pagamento que não vão receber pelo que já trabalharam. Essas hora-extras eram fundamentais para cobrir a falta de pessoal em determinados setores e dar um atendimento com um mínimo de respeito à população. Terceirizados, que deveriam receber até o quinto dia útil, por serviços prestados, não receberam. Na Saúde, estão sendo orientados a reduzir atendimentos, exames, encaminhamentos e o transporte de pacientes. Mais cortes deverão ser anunciados. O cidadão paraibunense é apenas um número numa conta que não fecha.

O paraibunense tranquilo

E, como dizem que temos o governo que merecemos, aqui não parece ser diferente. Muitos funcionários da Prefeitura têm dito pelos corredores que esse aperto é normal em ano eleitoral. Já estão acostumados com a falta de dinheiro em fim de mandato. E tem certeza que, ano que vem, a bonança estará de volta.

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